Na entrevista temos o envolvimento de três bases: o recrutador, o candidato e as expectativas da liderança/empresa. O recrutador é o ponto de contato, ele é que analisa as condições para a construção da ponte entre o candidato e sua liderança. Desta forma, o  melhor caminho é ter um vínculo profissional baseado na comunicação clara, verdadeira e respeitosa. Tudo parece muito lógico! Mas como fica o candidato neste cenário? 

É claro e é normal emergir a ansiedade por parte do candidato. Estar ansioso fala do temor, do medo do que está por vir, de não ter as respostas certas ou responder ao fato do que aconteceu naquela ou em outra empresa. Vem a preocupação de como vai falar para o recrutador que isto não deu certo? Como dizer que não se sentia acolhido na empresa,  que a forma de pensar e fazer não fechava com a liderança?  

Enfrentar os medos é expandir os próprios potenciais,  é descobrir que existem alternativas e que sempre se encontra uma solução. Claro que sim, mas nem sempre a mesma é efetiva. Porque algumas possibilidades podem levar para o caminho contrário ao desejado, em função da situação estressante ou da adrenalina no momento da entrevista.

A dica básica é se preparar para a entrevista, organizando o pensamento para que a conversa tenha conexões com suas experiências. Isto vai gerar maior espontaneidade e confiança, principalmente se tiver argumentos sustentados em situações  vividas. Por isso,  estar preparado faz a diferença para o resultado final. 

Todavia, muito se vê nas mídias orientações sobre as frases chaves que todo o recrutador desejaria ouvir, exemplo: “Sei trabalhar em equipe, sou uma pessoa colaborativa e altamente comprometido com os propósitos definidos pela empresa”. Ficar decorando frases prontas coloca o recrutador ainda mais em alerta, pois o descompasso entre o que é dito e o que é percebido é visível para quem tem o olho treinado. O recrutador desenvolve e aguça a percepção para identificar comportamentos. Fazer de conta vai deixar ainda mais frágil esta possível contratação. Isto significa que se não atender o perfil poderá gerar desconfortos para a empresa, para a liderança e principalmente para o candidato. A consequência parece simples –  mais uma empresa no registro da Carteira de Trabalho. Por outro lado, aparecem os sentimentos: bate a insegurança e o comprometimento da autoestima.  A intranquilidade faz com que o candidato passe a ficar ainda mais descrente em suas competências e talentos.

Assim, poder se preparar para os desafios do futuro é saber aproveitar cada situação com autoconhecimento da pessoa e do profissional que é e do que consegue entregar. Isto envolve assumir a autoresponsabilidade de construir um caminho seguro, que inspira para novas conquistas baseadas no que deseja para a  carreira e no profissional que quer ser. Ao demonstrar esta autoconfiança, também estará passando conhecimento e segurança que é entendido como credibilidade, dando maior propensão a que o outro aceite as ideias e propostas apresentadas. Em síntese, o momento da entrevista é plural, envolve pessoas, profissionais e circunstancias. Trabalhar com estes vários elementos é ter o controle sobre si mesmo. O desafio é do candidato e nós estamos aqui,  dispostos a construir a caminhada, se Crescer for a escolha.

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