“Benditas Empresas Familiares!” Graças à soma de visão empreendedora, coragem e determinação sustentam a economia pelo mundo. Mas afinal, o que são as Empresas Familiares?

A Empresa Familiar é uma organização que tem uma referência de propriedade, com concentração do poder de decisão, independente do porte, da localização, do ramo de atuação ou do modelo de gestão. Os membros desta propriedade podem ter vínculos consanguíneos ou não, mas que na administração do negócio as suas famílias participam direta (sócios) ou indiretamente (herdeiros).

A força e a fraqueza do modelo da empresa familiar estão no próprio nome: a família. Porque ao se tratar de um dono, todo o modelo de administração está baseado no seu sistema de valores. De acordo com suas crenças direcionará o negócio, a família e a propriedade. O resultado é o significado da empresa para a família e os afetos e desafetos que a envolvem, impactando no sucesso ou no fracasso deste negócio.

Os três círculos da Governança Familiar criados no início dos anos 80 por Davis & Tagiuri, mostram a composição do sistema de relacionamento da família empresária em uma diversidade de posições e papeis.

A clareza das posições e papéis da família empresária fortalece as relações de confiança de seus membros e torna a administração do negócio mais fluído e transparente, gerando menor atravessamento, redução de resistência e de boicotes. Todavia, falar da clareza de papéis e posições parece simples, mas envolve um processo consciente de entendimento dos limites de ação de cada espaço x acolhimento das necessidades de poder e reconhecimento de cada membro envolvido no sistema.

Pensar e estruturar a profissionalização e até mesmo a sucessão envolve conhecer o negócio com profundidade e, principalmente, sua história e seu legado. O que muitas organizações buscam como meio de profissionalização é a inserção de executivos de mercado, como forma de dar continuidade ao negócio, mas esquecem de que a essência da empresa familiar é a preservação do seu DNA, constituído a partir de seus valores. Então, profissionalizar significa extrair o que é essencial deste legado, identificar o que é necessário manter e transformar em Governança. E desta forma, permitir ressignificar valores a partir da sucessão seja através de membros da família ou de profissionais do mercado.

Dica ao profissional de RH que trabalha na Empresa Familiar:

1. Sua empresa está em processo de sucessão? Observe se esta existindo o respeito ao legado e a transformação do mesmo em governança (processos).

2. Você percebe que existe conflito entre os sócios gerando impacto nas decisões de negócios? Procure identificar se as posições e os papeis estão claramente definidos, pois é comum estar na posição de diretor e no momento de decisão assumir um papel de sócio ou da família (pai, cônjuge).

3. É possível transformar a cultura organizacional de empresas familiares? A cultura pode se adequar ao momento e ao cenário, desde que sua essência seja respeitada.

Autoria do Texto: Neiva Michelon e Fernanda Godolfin.

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